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A jaqueta exploradora não é o seu anoraque normal. Sua cor não vem de corantes, mas de uma bactéria produtora de pigmento chamada Streptomyces coelicolor. Quando aplicadas diretamente em um tecido e deixadas para incubar, as células bacterianas produzem um composto em um espectro que varia de vermelho e rosa a azul e roxo – em padrões atraentes que evocam o grão do mármore polido.
Esta jaqueta é apenas um dos produtos incomuns à venda no Fenômenos normais da vida (NPOL), uma plataforma online lançada em 2023 por Natsai Audrey Chieza, fundadora do estúdio de pesquisa e desenvolvimento Faber Futures, com sede em Londres, e Christina Agapakis, diretora criativa da empresa de biotecnologia Ginkgo Bioworks, com sede em Boston. Seu objetivo? Aproveitar o poder dos organismos vivos para desenvolver materiais e objetos. Isso é biodesign.
“A natureza evoluiu ao longo de milhares de milhões de anos para montar átomos de formas muito mais inteligentes e eficientes do que os seres humanos conseguiram. E assim, à medida que procuramos descarbonizar e desinvestir nos combustíveis fósseis, verifica-se que a natureza tem soluções que a biotecnologia nos permite aproveitar”, diz Chieza, que é formada em arquitetura, mas ficou fascinada pelo biodesign quando fez mestrado em futuros materiais na Central Saint Martins em Londres.
Ao explorar sistemas vivos que ocorrem naturalmente, muitos dos produtos do catálogo da NPOL têm uma pegada de carbono menor do que os seus equivalentes do dia-a-dia. Por exemplo, o corante bacteriano utilizado para criar o Exploring Jacket utiliza significativamente menos água do que os corantes convencionais à base de plantas, uma vez que não são necessárias terras agrícolas.
O mais recente produto da NPOL é a Gathering Lamp, feita de bioconcreto. Cultivado à temperatura ambiente utilizando bactérias produtoras de calcário, o bioconcreto tem 95% menos emissões do que o cimento tradicional – que normalmente é fabricado pela queima de calcário – e é três vezes mais resistente. Além disso, a Gathering Lamp foi projetada para ser facilmente reparada, atualizada ou reciclada no final de sua vida útil. “Estamos procurando manter os materiais em circulação. Afinal, não podemos investir milhares de milhões de dólares na construção de novos materiais de base biológica, apenas para que acabem em aterros sanitários”, explica Chieza.
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